#347
Harry ergueu a Varinha das Varinhas, e Rony e Hermione a olharam com uma reverência que, mesmo em seu estado de tonteira e falta de sono, Harry não gostou de ver.
– Não a quero – disse Harry.
– Quê?! – exclamou Rony em voz alta. – Você é maluco?
– Eu sei que é poderosa – continuou Harry, extenuado. – Mas eu era mais feliz com a minha. Portanto...
Ele procurou na bolsa pendurada ao pescoço e retirou as duas metades do azevinho ainda ligadas apenas por um fio de pena de fênix. Hermione tinha dito que não poderia ser consertada, que o dano era sério demais. Tudo que ele sabia era que, se isso não resolvesse, nada mais resolveria.
Ele colocou a varinha partida sobre a escrivaninha do diretor, tocou-a com a ponta da Varinha das Varinhas e disse:
– Reparo!
E, enquanto sua varinha se emendava, faíscas vermelhas subiram de sua ponta. Harry percebeu que conseguira. Apanhou a varinha de azevinho e fênix, e sentiu um repentino calor em seus dedos, como se a varinha e a mão se rejubilassem com a sua reunião.
– Estou devolvendo a Varinha das Varinhas – comunicou ele a Dumbledore, que o contemplava com enorme afeição e admiração – ao lugar de onde veio. Ela pode continuar lá. Se eu morrer de morte natural como Ignoto, o seu poder será rompido, não é? O senhor anterior nunca foi vencido. E será o fim dela.
Dumbledore assentiu. Eles sorriram um para o outro.
– Você tem certeza? – perguntou Rony. Havia um levíssimo vestígio de desejo em sua voz ao olhar para a Varinha das Varinhas.
– Acho que Harry está certo – disse Hermione em voz baixa.
– A varinha não vale a confusão que provoca – respondeu Harry. – Sinceramente – deu as costas aos retratos, pensando na cama de dossel à sua espera na Torre da Grifinória, e imaginando se Monstro lhe levaria um sanduíche lá em cima –, já tive problemas suficientes para a vida inteira.
Capítulo 36, A falha do plano
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