#316
Rony estava olhando para Hermione.
– Você me ouviu pelo rádio? – perguntou ela, incrédula.
– Não, ouvi você saindo do meu bolso. A sua voz – ele tornou a erguer o desiluminador – saiu daqui.
– E exatamente o que foi que eu disse? – perguntou Hermione, seu tom uma mescla de ceticismo e curiosidade.
– Meu nome. “Rony.” E disse... alguma coisa sobre uma varinha...
O rosto de Hermione assumiu um afogueado escarlate. Harry lembrou-se: tinha sido a primeira vez que qualquer dos dois tinha pronunciado o nome de Rony em voz alta desde que ele partira; Hermione falara quando discutiam o conserto da varinha de Harry.
– Então, tirei-o do bolso – continuou Rony, olhando para o desiluminador – e não me pareceu diferente nem nada, mas eu tinha certeza que tinha ouvido sua voz. Então o liguei. E a luz se apagou no meu quarto, mas outra luz apareceu fora da janela.
Rony ergueu a mão vazia e apontou para a frente, seus olhos focalizados em alguma coisa que nem Harry nem Hermione estavam vendo.
– Era uma bola luminosa, meio pulsante e azulada, como a luz que aparece ao redor de uma Chave de Portal, entendem?
– Sim – disseram Harry e Hermione juntos, automaticamente.
– Senti que o momento era aquele. Apanhei as minhas coisas, arrumei-as na mochila e saí com ela para o jardim.
“A bolinha luminosa estava pairando lá, esperando por mim, e, quando eu saí, ela oscilou um pouco e eu a acompanhei atrás do barraco então... bem, ela entrou em mim.”
– Desculpe? – estranhou Harry, certo de que não ouvira direito.
– Foi como se ela flutuasse ao meu encontro – disse Rony, ilustrando o movimento com o dedo indicador livre –, direto para o meu peito e então... entrou. Foi aqui – ele indicou um ponto junto ao coração –, eu a senti, era quente. E, uma vez dentro de mim, eu soube o que devia fazer, soube que ela ia me levar aonde eu precisava ir.
Capítulo 19, A corça prateada
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