#166
– Hagrid é meu amigo – disse Harry, a voz trêmula. – E foi você que o incriminou, não foi? Pensei que você tivesse se enganado, mas...
Riddle deu aquela risada aguda outra vez.
– Foi a minha palavra contra a de Hagrid, Harry. Bem, você pode imaginar o que pareceu ao velho Armando Dippet. De um lado, Tom Riddle, pobre mas brilhante, órfão mas muito corajoso, monitor, aluno-modelo... do outro lado, o trapalhão do Hagrid, que vivia se metendo em encrencas, tentava criar filhotes de lobisomens debaixo da cama, fugia para a Floresta Proibida para brigar com trasgos... mas admito que até eu mesmo fiquei surpreso que o plano tivesse funcionado tão bem. Achei que alguém devia perceber que Hagrid não poderia ser o herdeiro de Slytherin. Eu gastara cinco anos inteiros para descobrir tudo que podia sobre a Câmara Secreta e encontrar a entrada... como se Hagrid tivesse cabeça, ou poder para tanto!
"Só o professor de Transfiguração, Dumbledore, pareceu pensar que Hagrid era inocente. E convenceu Dippet a conservar Hagrid aqui e treiná-lo para guarda-caça. É, acho que ele talvez tivesse adivinhado... Dumbledore nunca pareceu gostar de mim tanto quanto os outros professores..."
– Aposto que Dumbledore não se deixou enganar por você – disse Harry com os dentes cerrados.
– Bem, não há dúvida de que ele ficou me vigiando de maneira incômoda depois que Hagrid foi expulso – disse Riddle indiferente. – Percebi que não seria seguro tornar a abrir a Câmara enquanto ainda estivesse na escola. Mas não ia desperdiçar os longos anos que passei procurando por ela. Resolvi deixar aqui um diário, preservando o meu eu de dezesseis anos em suas páginas, de modo que um dia, com sorte, eu pudesse conduzir alguém pelas minhas pegadas e terminar a nobre tarefa de Salazar Slytherin.
Capítulo 17, O herdeiro de Slytherin
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