#164
Dia dos Namorados no Brasil
– Oi, você! "Arry" Potter! – gritou um anão particularmente mal-encarado, que abria caminho às cotoveladas para chegar até Harry.
Cheio de calores só de pensar em receber um cartão do Dia dos Namorados na frente de uma fileira de alunos de primeiro ano, que por acaso incluía Gina Weasley, Harry tentou escapar. O anão, porém, meteuse por entre a garotada chutando as canelas de todos e o alcançou antes que o garoto pudesse se afastar dois passos.
– Tenho um cartão musical para entregar a "Arry" Potter em pessoa – disse, empunhando a harpa de um jeito meio assustador.
– Aqui não – sibilou Harry, tentando escapar.
– Fique parado! – grunhiu o anão, agarrando a mochila de Harry e puxando-o de volta.
– Me solta! – rosnou o garoto, puxando.
Com um barulho de pano rasgado, a mochila se rompeu ao meio. Os livros, a varinha, o pergaminho e a pena se espalharam pelo chão, e o vidro de tinta se derramou por cima de tudo.
Harry virou-se para todos os lados, tentando reunir tudo antes que o anão começasse a cantar, causando um certo engarrafamento no corredor.
– Que é que está acontecendo aqui? – ouviu-se a voz fria e arrastada de Draco MalfoyHarry começou a enfiar tudo febrilmente na mochila rasgada, desesperado para sair dali antes que Draco pudesse ouvir o cartão musical.
– Que confusão é essa? – perguntou outra voz conhecida. Era Percy Weasley que se aproximava.
Perdendo a cabeça, Harry tentou correr, mas o anão o agarrou pelos joelhos e o derrubou com estrondo no chão.
– Muito bem – disse ele, sentando-se em cima dos calcanhares de Harry. – Vamos ao seu cartão cantado:
Teus olhos são verdes como sapinhos cozidos,
Teus cabelos, negros como um quadro de aula.
Queria que tu fosses meu, garoto divino,
Herói que venceu o malvado Lorde das Trevas.
Harry teria dado todo o ouro de Gringotes para se evaporar na hora. Fazendo um grande esforço para rir com os colegas, ele se levantou, os pés dormentes com o peso do anão, enquanto Percy Weasley fazia o possível para dispersar os alunos, alguns chorando de tanto rir.
Capítulo 13, O diário secretíssimo
Deixe seu comentário