#158
Ele puxou a varinha e avançou por entre as colunas serpentinas. Cada passo cauteloso ecoava alto nas paredes sombreadas. Manteve os olhos semicerrados, pronto para fechá-los depressa ao menor sinal de movimento. As órbitas ocas das cobras de pedra pareciam segui-lo. Mais de uma vez, com um aperto no estômago, ele pensou ter surpreendido uma delas se mexendo.
Então, quando emparelhou com o último par de colunas, uma estátua alta como a própria Câmara apareceu contra a parede do fundo.
Harry teve que esticar o pescoço para ver o rosto gigantesco lá no alto. Era antigo e simiesco, com uma barba longa e rala que caía quase até a barra das vestes esvoaçantes de um bruxo de pedra, onde havia dois pés cinzentos enormes apoiados no chão liso da Câmara. E entre os pés, de bruços, jazia um pequeno vulto de cabelos flamejantes vestido de negro.
– Gina! – murmurou Harry, correndo para ela e se ajoelhando. – Gina... não esteja morta... por favor não esteja morta... – Ele largou a varinha de lado, segurou Gina pelos ombros e virou-a. Seu rosto estava branco e frio como o mármore, mas tinha os olhos fechados, portanto não estava petrificada. Então devia estar...
"Gina, por favor, acorde", murmurou Harry desesperado, sacudindo-a. A cabeça de Gina balançou desamparada de um lado para outro.
Capítulo 17, O herdeiro de Slytherin
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