#148
– Ah, e aí vem mais um! – anunciou Hagrid orgulhoso, quando viu aparecer do meio das árvores escuras um segundo cavalo, que fechou as asas contra o corpo e mergulhou a cabeça para devorar a carne.
– Agora... levantem as mãos... quem consegue vê-los?
Imensamente satisfeito de que finalmente fosse entender o mistério desses cavalos, Harry ergueu a mão. Hagrid fez um aceno para ele.
– Sim... sim, eu sabia que você seria capaz de vê-los – disse sério. – E você também, Neville, eh? E...
– Com licença – perguntou Malfoy com a voz desdenhosa –, mas que é exatamente que eu devia estar vendo?
Em resposta, Hagrid apontou para a carcaça da vaca no chão. A turma inteira contemplou-a com espanto por alguns segundos, então várias pessoas exclamaram, e Parvati soltou um grito agudo. Harry entendeu por quê: os pedaços de carne se soltando dos ossos e desaparecendo no ar deviam parecer realmente estranhos.
– Que é que está fazendo isso? – perguntou Parvati, aterrorizada, recuando para trás da árvore mais próxima. – Que é que está comendo a vaca?
– Testrálios – disse Hagrid, orgulhoso, e Hermione soltou em voz baixa um "Ah!" de compreensão ao ombro de Harry. – Hogwarts tem um rebanho deles aqui na Floresta. Agora, quem sabe...?
– Mas eles realmente trazem má sorte! – interrompeu Parvati, parecendo assustada. – Dizem que dão todo o tipo de azar às pessoas que os veem. A Profª Trelawney me contou uma vez...
– Não, não, não – contestou Hagrid rindo –, isso é pura superstição, isto é, eles são muito inteligentes e úteis! É claro que esses daqui não trabalham muito, só puxam as carruagens da escola, a não ser que Dumbledore vá fazer uma viagem longa e não queira aparatar...
Capítulo 21, O Olho da Cobra
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