#147
Hagrid deu novo grito agudo. Passou-se um minuto em que a turma continuou a espiar nervosamente sobre os ombros e por trás das árvores para avistar o que quer que estivesse a caminho. Então, quando Hagrid jogou os cabelos para trás mais uma vez e encheu o enorme peito, Harry cutucou Rony e apontou para o espaço vazio entre dois teixos nodosos.
Dois olhos vidrados, brancos, brilhantes, foram crescendo na penumbra, depois surgiram a cara draconina, o pescoço e, em seguida, o corpo esquelético de um enorme cavalo alado negro emergiu da escuridão. O animal correu os olhos pela turma por alguns segundos, balançando a longa cauda negra, então começou a arrancar pedaços da vaca morta com seus caninos pontiagudos.
Harry foi invadido por uma grande onda de alívio. Ali, finalmente, estava a prova de que não imaginara esses bichos, de que eram reais: Hagrid conhecia a existência deles também. Olhou animado para Rony, mas o amigo continuava a espiar entre as árvores e, passados alguns segundos, cochichou:
– Por que é que Hagrid não chama outra vez?
A maioria dos outros alunos expressava no rosto uma ansiedade confusa e nervosa, como a de Rony, e continuava a olhar para todos os lados, exceto para o cavalo, a pouco mais de um metro deles. Havia apenas mais duas pessoas que pareciam capazes de vê-los: um garoto magricela da Sonserina, parado logo atrás de Goyle, que observava o cavalo comer com uma cara de intenso nojo; e Neville, cujo olhar acompanhava o balanço da longa cauda negra.
Capítulo 21, O Olho da Cobra
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