#117
Encarrapitado em um poleiro dourado, atrás da porta, achava-se um pássaro de aparência decrépita que lembrava um peru meio depenado. Harry o encarou, e o pássaro sustentou funestamente o seu olhar, tornando a fazer o mesmo ruído sufocado. Harry achou que ele parecia muito doente. Seus olhos estavam opacos e, mesmo enquanto Harry o observava, caíram mais algumas penas de sua cauda.
Harry estava pensando que só o que lhe faltava era o pássaro de estimação de Dumbledore morrer, enquanto estavam sozinhos ali na sala, quando o pássaro pegou fogo.
Harry gritou chocado e se afastou da mesa. Olhou ansioso em volta para ver se encontrava um copo de água em algum lugar mas não viu nenhum; o pássaro, entrementes, transformara-se numa bola de fogo; o pássaro deu um grito alto e no segundo seguinte não restava nada dele, exceto um monte de cinzas fumegantes no chão.
A porta da sala se abriu. Dumbledore entrou com o ar muito grave.
– Professor – ofegou Harry. – Seu pássaro, eu não pude fazer nada, ele simplesmente pegou fogo...
Para surpresa de Harry, Dumbledore sorriu.
– Já não era sem tempo. Ele tem andado com uma aparência medonha há dias; e venho dizendo a ele para se apressar.
E deu uma risadinha ao ver a cara de espanto de Harry.
– Fawkes é uma fênix, Harry. As fênix pegam fogo quando chega a hora de morrer e tornar a renascer das cinzas. Olhe ele...
Harry olhou em tempo de ver um pássaro minúsculo, amarrotado, recém-nascido botar a cabeça para fora das cinzas. Era tão feio quanto o anterior.
– É uma pena que você a tenha visto no dia em que queimou – disse Dumbledore, sentando-se à escrivaninha. – Na realidade ela é muito bonita quase o tempo todo, tem uma plumagem vermelha e dourada. Criaturas fascinantes, as fênixes. São capazes de sustentar cargas pesadíssimas, suas lágrimas têm poderes curativos e são animais de estimação muitíssimo fiéis.
Capítulo 12, A Poção Polissuco
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