#73
Alguma coisa dos pensamentos de Harry devia ter transparecido em seu rosto, porque Lupin perguntou:
– Tem alguma coisa preocupando-o, Harry?
– Não – mentiu o garoto. Depois, bebeu um pouco de chá observando o grindylow que o ameaçava com o punho. – Tem – disse ele de repente, pousando a xícara de chá na mesa do professor. – O senhor se lembra daquele dia em que lutamos contra o bicho-papão?
– Claro.
– Por que o senhor não me deixou enfrentar o bicho? – perguntou Harry abruptamente.
Lupin ergueu as sobrancelhas.
– Eu teria pensado que isto era óbvio, Harry – disse ele parecendo surpreso.
Harry, que esperara que o professor negasse ter feito uma coisa dessas, ficou perplexo.
– Por quê? – tornou ele a perguntar.
– Bem – falou Lupin, franzindo de leve a testa –, presumi que se o bicho-papão o enfrentasse, ele assumiria a forma de Lorde Voldemort.
Harry arregalou os olhos. Não somente esta era a última resposta que poderia esperar, como também Lupin dissera o nome de Voldemort. A única pessoa que Harry já ouvira dizer esse nome em voz alta (além dele próprio) fora o Prof. Dumbledore.
– Pelo visto eu me enganei – desculpou-se o professor, ainda franzindo a testa. – Mas eu não achei uma boa ideia Lorde Voldemort se materializar na sala dos professores. Imaginei que os alunos entrariam em pânico.
– Logo no começo, eu realmente pensei em Voldemort – disse Harry honestamente. – Mas depois, eu... eu me lembrei daqueles dementadores.
– Entendo – falou o professor, pensativo. – Bem, bem... Estou impressionado. – Ele sorriu brevemente ao ver a expressão de surpresa no rosto do garoto. – Isto sugere que o que você mais teme é o medo. Muito sensato, Harry.
Harry não soube o que dizer ao professor, por isso bebeu mais chá.
Capítulo 8, A fuga da Mulher Gorda
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