#27
– Você não deve se culpar pelo que os meninos são hoje, Válter – comentou ela durante o almoço do terceiro dia. – Se existe alguma coisa podre por dentro, não há nada que ninguém possa fazer.
Harry tentou se concentrar na comida, mas suas mãos tremiam e seu rosto começou a arder de raiva. Lembre-se do formulário, disse a si mesmo. Pense em Hogsmeade. Não diga nada. Não se levante...
Tia Guida esticou a mão para a taça de vinho.
– Isso é uma das regras básicas da criação – disse ela. – A gente vê isso o tempo todo com os cachorros. Se tem alguma coisa errada com uma cadela, vai ter alguma coisa errada com o filhote...
Naquele momento, a taça de vinho que tia Guida segurava explodiu em sua mão. Cacos de vidro voaram para todo lado e ela engrolou e piscou, a caraça vermelha pingando.
– Guida! – guinchou tia Petúnia. – Guida, você está bem?
– Não se preocupe – resmungou tia Guida, enxugando o rosto com o guardanapo. – Devo ter segurado a taça com muita força. Fiz a mesma coisa na casa do coronel Fubster no outro dia. Não precisa se preocupar, Petúnia, tenho a mão pesada...
Mas tia Petúnia e tio Válter olharam desconfiados para Harry, por isso o menino resolveu que era melhor não comer a sobremesa e se retirar da mesa o mais depressa que pudesse.
No corredor, apoiou-se na parede e respirou profundamente. Fazia muito tempo desde a última vez que se descontrolara e fizera uma coisa explodir. Não podia deixar que isso acontecesse de novo. O formulário de Hogsmeade não era a única coisa em jogo – se ele continuasse a agir assim, ia se encrencar com o Ministério da Magia.
Capítulo 2, O grande erro de tia Guida
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