A entrevista foi realizada no ano passado durante uma visita de um grupo de jornalistas aos sets do filme, mas somente agora a Warner Bros. permitiu a divulgação da matéria.
Callum Turner fala sobre intepretar irmão de Newt e a escolha de sua varinha
O que você pode nos dizer sobre seu personagem?
CALLUM TURNER: Eu interpreto Teseu, que é o irmão mais velho de Newt, mesmo sendo mais jovem que Eddie [Redmayne], o que é interessante! Ele é o oposto de Newt. Ele passou pela mesma educação, obviamente, mas uma vez que ele saiu, ele decidiu que a formação era o caminho para lutar contra o bom combate. Teseu é ou pode ser bem mais rígido ou apenas parte da formação. Você sabe, ele é o chefe Auror no Ministério.
Você pode falar sobre o processo de escalação? Como você conseguiu o papel, a audição com Eddie Redmayne e tudo mais.
TURNER: Foi o processo normal com Fiona Weir, que é a diretora de elenco, e depois tive uma segunda reunião com David [Yates], e depois uma terceira com Eddie, com a qual eu estava muito, muito animado pois iria trabalhar com David e Eddie. Porque, obviamente, David é um dos melhores diretores que temos na Inglaterra, e eu acho que Eddie é o mesmo para um ator, e basicamente segui sua carreira, não tentei copiar, mas tive sorte e fiquei muito impressionado e inspirado pelas escolhas que ele faz. Ele sempre fez escolhas realmente boas, então, sim, eu estava na lua apenas por conhecê-lo e, na verdade, eu fiz essa coisa estranha, porque na primeira cena eu apenas beijei ele na cabeça. E nós nem estávamos gravando.
Você não deveria estar nos dizendo isso.
TURNER: Não está no filme. Não há razão para eu ter feito isso, mas... sim, acho que é provavelmente por isso que consegui o papel.
Como ele reagiu?
TURNER: Ele é um homem muito legal e não disse nada, mas tenho certeza que quando saí da sala eles ficaram tipo "Hã?". Mas foi dentro das convenções de um processo de escalação, bastante normal, mas com pessoas brilhantes.
Você pode falar sobre a varinha do seu personagem?
TURNER: O departamento de arte basicamente veio até mim com três varinhas diferentes e me perguntaram: "Qual você quer?". "Aquela". Eu a quebrei quando estávamos fazendo testes de câmera. Sim, não sou bom em tudo. Você não está destinado a fazer nada no teste da câmera. Você está destinado a ficar lá, basicamente, e eu consegui quebrar a varinha. Apenas voou da minha mão.
Você já conheceu J.K. Rowling? Se sim, como foi para você?
TURNER: Eu a conheci e foi um grande momento. Eu estava bastante nervoso, na verdade, porque era a leitura do roteiro, então tem 60 ou 70 pessoas na sala, e porque ela é como uma heroína pra mim. Li seus livros quando tinha nove, dez anos e, além disso, ela é uma mulher extraordinária. E ela é muito legal, cara. Ela gostava de me fazer sentir bem-vindo. Ela realmente fez um esforço para me receber no círculo.
Ela te deu algum conselho sobre interpretar o personagem?
TURNER: Não. Ela disse para mim: "Eu não pensei em Teseu como você se parece". Eu fiquei tipo: "Tudo bem, legal, cara. Eu vou tentar". Então...
Alguém mencionou como seu desempenho quase a informou sobre como ela está pensando no personagem daqui para frente, o que é interessante.
TURNER: Eu não sabia sobre isso!
Qual foi a parte mais divertida de toda essa experiência para você até agora?
TURNER: Ah, cara, todo dia é tão bom entrar no trabalho, todo mundo é incrível. Todo mundo é muito legal, e eu fiz um monte de amigos, mas isso é apenas em um nível humano. Em um nível profissional, isso me surpreende toda vez que entramos em um set e é simplesmente enorme. Quero dizer, parte do dinheiro que eles precisam gastar nesses sets é mais do que alguns dos filmes que eu fiz. Sim, é simplesmente incrível. É realmente um prazer, cara. Como isso faz parte do mundo de Harry Potter e tal coisa, e eu sou fã disso, e, sim, é incrível. Tenho muita sorte de vir trabalhar aqui todos os dias.
Você parece muito frio e amigável. Será que vamos ver um lado mais severo e grave do personagem na tela?
TURNER: Sim, ele é o oposto de Newt. Eu acho que ele é mais rígido, e ele está de acordo com o jeito que as pessoas querem de você. Ele se tornou um deles, eu acho, e ele foi para Hogwarts. Ele foi ensinado por Dumbledore. Ele é daquela escola, e ele se tornou isso.
Qual é a sua casa? Você já fez o teste?
TURNER: Alguém me perguntou outro dia. Eu realmente sou da Lufa-Lufa.
O que seu personagem acha do novo sucesso de Newt? Ele se ressente com ele por isso?
TURNER: Eu acho que há algum tipo de alívio. Teseu é realmente bem-sucedido. Ele é um homem muito determinado para chegar ao topo, e eu acho que ter seu irmão mais novo meio que flutuando nessa obscuridade em certo sentido era bastante preocupante para ele.
Você é um dos poucos personagens novos deste filme. Como foi entrar com esse elenco que já estava estabelecido no primeiro filme?
TURNER: É tão assustador. Como eu assisti a todos os filmes dessas pessoas desde que eu era criança, como Johnny Depp, Eddie como eu disse, e até mesmo de Ezra [Miller]. Eu sou um grande fã de Ezra antes de começar a atuar, então sim, foi bem assustador. Mas, como eu disse, todo mundo é tão bom e maravilhoso que foi bem tranquilo.
Você disse que trabalhou em muitos filmes de orçamento menor. Como você lidou com o lado dos efeitos visuais neste filme?
TURNER: Eu pensei que seria algo louco e assustador, mas na verdade é um processo bem tranquilo. Esses caras estão no topo do jogo, e você nem percebe que está atuando. Há momentos em outras situações onde às vezes o outro ator vai para casa ou não está no lugar ou você só quer ter um momento, mas é o fim ou o meio de uma cena, e você tem que apenas atuar, e eu acho que isso é o que é. Então eu pensei que seria algo diferente. Eu não tinha ideia do que seria, mas na verdade é só atuação, o que é ótimo.
Tina e Teseu são Aurores rígidos. Os dois personagens têm muita interação na sequência? Você já trabalhou com a Katherine [Waterston]?
TURNER: Sim. Ambos são Aurores e, hum, sim.
Qual foi a sua parte favorita do processo até agora? Foi o figurino e a varinha ou...
TURNER: Eu acho que foi interpretar esse tipo de personagem. Eu não fui convidado para interpretar um personagem assim antes. Interpretá-lo tem sido a parte mais agradável porque tem sido um desafio para mim. Esses filmes são motivados emocionalmente ou são dirigidos por personagens, e ter esse desafio foi a parte mais agradável.
Como você se preparou para o papel? Você recebeu uma história de fundo? Teseu, o nome em si, tem certas conotações.
TURNER: Certamente, sim, mitologia grega. Seu nome é mencionado uma vez no primeiro filme. Na verdade, eu brinquei com os caras que era como fazer um filme biográfico, porque há literalmente muitas coisas online que você pode descobrir. Qual foi a sua pergunta?
Como você olhou para o passado dele ou como você se preparou para o papel...
TURNER: Sim, há muita coisa. O importante para mim é que eu tenho um meio-irmão e uma meia-irmã, mas eles cresceram na Austrália, então eu fui criado como filho único, e o principal para mim era descobrir como era ser um irmão mais velho, na verdade, então eu fiz muitas perguntas e ouvi histórias e coisas assim.
Eddie nos dizia que trabalhava com um professor de dança para fazer alguns dos movimentos de seu personagem, e incluiu os movimentos da mão com sua varinha. Como você decidiu sobre como você iria fazer — porque eu acho que é realmente divertido segurar a varinha e descobrir se você vai ser realmente brusco ou delicado e como você praticou isso.
TURNER: Alex Reynolds é o treinador do movimento, com quem Eddie trabalhou em A Teoria de Tudo e A Garota Dinamarquesa. Tem essa coisa tipo escola de varinha... Meu pensamento por trás de segurar minha varinha enquanto fazia um filme há alguns anos onde eu tocava punk e, de qualquer forma, eu aprendi um pouco como tocar bateria, não muito bem, mas a maneira que eles, os bateristas, seguram as varinhas é bastante interessante. E, por alguma razão, a ideia de ele ser um punk ou um tipo de rebelde, ser fiel a quem ele era, quando ele era mais novo... tendo isso nele, mesmo que ele faça parte da formação agora... É uma coisinha minúscula, mas é algo em que Alex e eu trabalhamos.
Isso é legal. Quais são os pensamentos de Teseu sobre as criaturas? Quais é a sua relação com elas?
TURNER: Eu acho que ele tem peixe maior para fritar, e é coisa do irmão dele, sabe? É como se ele estivesse olhando para o irmão.
Você tem permissão para dizer o quanto você participa do filme?
TURNER: Um pouco. Quero dizer, é um conjunto. É muito legal fazer parte de um grupo com Johnny Depp, Jude Law, Eddie e Zoë Kravitz. São belos atores, então, sim, estou feliz por fazer parte disso.
O que o ministério está fazendo a respeito de Grindelwald estar à solta?
TURNER: Muita coisa, muita coisa. Eles estão trabalhando muito duro.
Existe uma parte de sua personalidade que entra em Teseu de uma maneira forte?
TURNER: Sim, eu acho. Eu acho que qualquer personagem que eu pessoalmente interprete, virá de um núcleo de mim mesmo.
Você está pronto para a legião de fãs extremamente intensa de "Harry Potter"? De pessoas se tornando obcecadas por você? É uma coisa intensa para se fazer parte. Isso é algo em que você pensou ou recebeu conselhos?
TURNER: Você está me deixando nervoso por falar sobre isso. Na verdade, não, eu tento colocar minha cabeça na areia, então "não" é a resposta.
Você era fã de Harry Potter antes?
TURNER: Sim. Eu li os livros. Não sei se já disse isso antes, mas me lembro de ler um dos livros antes de ir para a cama e depois de esperar que uma coruja trouxesse uma carta pela janela.
E ela trouxe.
TURNER: Sim, sim.
"Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald" estreia nos cinemas brasileiros em 15 de novembro de 2018.
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