Crítica de "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2" #10

Crítica de 'Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2' #10 | Ordem da Fênix Brasileira
CRÍTICA DE HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE 2
Por Nathalia Ilovatte | iG


Depois de dez anos, sete sequências e algumas críticas dos fãs da obra original de J.K. Rowling, o desfecho cinematográfico da saga “Harry Potter” poderia desapontar as altas expectativas do público ao mínimo deslize. Mas a conclusão da história do “garoto que viveu” surpreende positivamente, comove, entristece e tira o fôlego.

A parte 2 de “Harry Potter e as Relíquias da Morte” começa com gosto de final trágico. A cena de Voldemort encontrando a Varinha das Varinhas é sucedida por um rasante em Hogwarts acinzentada e sombria, rodeada por comensais da morte, em uma cena embalada por uma canção semelhante a um lamento. Em um dos primeiros diálogos, quando Harry pergunta ao duende Grampo como ele está e ouve em resposta apenas um nada apaziguador “Vivo”, é dado o tom de todo o filme.

Harry, Hermione e Ron precisam encontrar as demais horcruxes – que eles não sabem onde estão – e descobrir como destruí-las para que, então Harry possa derrotar Voldemort. Mas, até que todos os feitos sejam concretizados, com êxito ou não, outros pequenos desfechos acontecem, e alguns pontos desamarrados são explicados.

Por que Severo Snape traiu Alvo Dumbledore e quem estaria por trás de pequenos auxílios como o aparecimento da espada de Grifinória são algumas das questões que ficaram em aberto nos últimos filmes, e elas são explicadas de maneira plausível e surpreendente na adaptação cinematográfica.

Além disso, alguns romances entre alunos de Hogwarts que estavam no ar há tempos finalmente passam do âmbito platônico para a realidade. São esses momentos de beijos e reencontros que dão leveza a um filme com cenas de devastação, mortes trágicas e personagens importantes feridos. O diretor David Yates não teve a menor intenção de poupar os fãs, e as cenas conseqüentes aos conflitos são dramáticas, pesadas e prometem arrancar muitas lágrimas dos espectadores.

Os efeitos especiais de “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” também impressionam. Além dos ataques a Hogwarts serem produzidos com uma precisão capaz de chocar quem acompanha a série desde o início, por mostrar a escola desmoronando pouco a pouco na batalha final, algumas cenas menos importantes receberam a mesma atenção dos produtores. O vôo desajeitado do dragão que guardava os cofres de Gringotes ao ser libertado dá a impressão de que, de fato, eventualmente alguns dragões ucranianos saem cambaleando por entre prédios na vida real.

Na última parte de “Harry Potter”, todos os personagens chegam ao próprio ápice. Até os meio desacreditados, como Neville Longbottom, o garoto assustado e desmemoriado, têm o momento de brilhar com atitudes grandiosas e definitivas. Cada um dos alunos de Hogwarts, professores e pais, mesmo aqueles que pareciam ter se perdido pelo caminho, acabam se tornando fundamentais para que a saga do bruxo Harry Potter tenha seu desfecho. E, a partir de 15 de julho, vão deixar saudade.