Crítica de "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2" #13

Crítica de 'Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2' #13 | Ordem da Fênix Brasileira
CRÍTICA DE HARRY POTTER E AS RELÍQUIAS DA MORTE - PARTE 2
Por Ivan Adriel | ScarPotter

Toda a ansiedade para o lançamento do último capítulo de Harry Potter cativou aos fãs e aos não fãs, já que, ao longo dessa jornada de mais de dez anos, é muito difícil achar quem não tenha tido contato algum com a saga.

Tive a sorte de conferir como correspondente do ScarPotter a cabine de imprensa de Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2 e tentarei expor um pouco das minhas considerações sobre o filme.

Logo ao sentar na poltrona do cinema, todos ficaram em um silêncio gigante, que em pouco tempo foi substituído por suspiros ao ver o já tradicional logo da Warner Bros., logo esse que trazia a certeza de que fim não estava mais próximo. O fim estava aqui.

Melancolia, talvez esse seja o sentimento que me acompanhou e provavelmente acompanhará todos vocês durante esta última parte de algo que presenciamos grande parte de nossas vidas.

Na primeira cena, o filme é retomado de onde acabou, onde Voldemort (Ralph Fiennes) acaba de roubar a varinha das varinhas. Logo na cena seguinte somos conduzidos a um torpor de dúvidas, no qual vemos Harry, Rony e Hermione parecendo vulneráveis e fracos diante da responsabilidade que se propuseram a assumir.

A direção de "Relíquias da Morte - Parte 2" se supera a cada segundo de filme: o nível de exploração visual chega a se superar, extrapolam todos os outros filmes, impressionando pelo primor de cada cena. Em Gringotes, nos deparamos com um dragão belamente desenhado e pensado.

Uma das cenas mais marcantes e belas é sem duvida quando Harry adentra as memórias de Snape e vê sua mãe, Lílian, como uma jovem garota, conjurando uma flor na mão: as outras crianças a chamam de esquisita, e correm. Escondendo-se por perto, está um jovem Snape: ele anima uma folha e lança-a em direção à garota.

Quase sempre trabalhando na subjetividade, o longa trás muitos diálogos que na verdade não têm palavras, não-verbais. São somente expressados por olhares, o que torna toda a produção ainda mais emocionante.

A batalha de Hogwarts é sem duvida a cena mais sombria de todos esses anos. Alunos cheios de sangue lutam e mostram uma fibra inigualável em frente a um gigante grupo de comensais.

Um adendo digno de nota é que foi adicionado à trama o casal Neville e Luna Lovegood: uma química incrível que satisfez muitos fãs que já torciam pela união dos dois.

Logo no início da batalha, Hogwarts mostra suas facetas mais diversas, dando vida a si mesma para se defender: os cavaleiros de pedra são uma prova dos segredos que nela ainda são escondidos, milhares de coisas que talvez nunca iremos saber.

Helena Bonham Carter define novos padrões de atuação, dando a Belatriz um olhar ainda mais lunático e delirante, totalmente fiel ao livro. Surpreendendo, Neville Longbottom (Matthew Lewis), que quase vem a morrer, consegue com maestria trazer o contrapeso necessário de pequenas doses de bom humor.

Rupert Grint, nosso querido Rony, não nos desaponta e dá a prova máxima de que evoluiu como ator, passando do "menino com caretas para aranhas" a um profissional que consegue transmitir todas suas emoções para o público, como na cena que um de seus irmãos é morto. Emma Watson estava estonteante como sempre, imprimindo toda a maturidade adquirida ao longo de todos esses anos como Hermione Granger.

Daniel Radcliffe, o eterno Harry, continua demonstrando como evoluiu ao longo da série, transmitindo toda densidade do tão bem desenhado personagem de J.K. Rowling, mas mantém eu perfil de atuação característico, não surpreende neste último capitulo. De um modo geral, o trio não deixa a desejar em nenhum momento, conseguindo transmitir toda emoção necessária.

Uma das pouquíssimas cenas que deixaram a desejar foi a da morte da Belatriz, que, apesar de contar com o prévio "Not my daughter you bitch", foi rápida e sem a carga emocional esperada. Simplesmente acontece, não causando comoção nenhuma no espectador.

Luzes, por todos os lados, lindos tons, uma cena monumental. É impossível não sentir de forma vívida a mensagem passada por Dumbledore no livro: “Há escuridão em todos nós, mas podemos derrota-lá.”

E chega o fim, a última cena, na qual Alvo Severo embarca para Hogwarts numa familiar cena de alguns anos atrás, conferindo mais um toque do sentimento de persistência que a saga tem para nós fãs.

Embora não haja mais livros e filmes, os personagens continuarão conosco para sempre, é parte importante e fundamental de quem teve a sorte de ter a magia que essa série trouxe para nossas vidas.