Crítica de "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1"
Por Damon Lindelof, co-criador de Lost
Daily Beast
Por Damon Lindelof, co-criador de Lost
Daily Beast
“Eu sou um pottermaníaco. FANÁTICO. Li os sete livros pelo menos duas vezes cada, e acho humildemente que Jo Rowling é uma das maiores escritoras vivas de ficção popular, se não a maior. Não consigo dizer qual meu livro preferido. Dito isso, ‘As Relíquias da Morte’ é uma realização impressionante em termos de desfecho. Sempre achei os filmes ótimos também. Não é fácil adaptar fielmente o material original, e eles conseguiram. Quando eu terminei, eu percebi que estava chorando. Foi realmente lindo.
Eu sempre achei os filmes são demasiadamente grandes. Tem sido uma tarefa fácil adaptar fielmente o material de origem, que é tão reverenciado, mas eles sempre conseguiram errar. Ainda mais impressionante é que, apesar de saber exatamente o que vai acontecer na história, eu fico realmente empolgado sempre que um novo filme de Harry Potter está prestes a sair. Desta vez não foi diferente.
Saí do cinema em profundo conflito. A caminho do estacionamento, com meu cérebro tentando resolver um paradoxo complicado: se eu amei o livro, e o filme é incrivelmente fiel, como posso eu ter odiado tanto esse filme?
E ainda mais angustiante …
Com base na mesma lógica cuidadosa que eu usei para evitar perguntas como ‘será que não dava pra responder uma mísera questão?’ e ‘uma luz dourada no meio da ilha? sério?’.
Será que isso quer dizer que eu não era mais um fã?
Havia apenas uma explicação lógica, o filme foi realmente ótimo, eu estava de mau humor ou algo assim. Sim, deve ser isso! Pensando nisso, David Yates dirigiu um belo filme. Assombroso, emocionalmente profundo, e o visual era demais. E sem esquecer da realidade cada vez mais próxima do destino que aguarda o triângulo de Harry, Hermione e Ron. Claro que eu adorei.
Exceto …
Tudo isso deveria ter acontecido na primeira meia hora do filme.
Eles não deveriam ter dividido o livro em dois filmes. ‘A Ordem da Fênix’ tem mais páginas e saiu-se muito bem com um filme só. Eu me senti sujo. Eu senti … que se aproveitaram de mim. Eu sei, eu sei, as pessoas possuem teto de vidro, mas mesmo assim…
No final do sexto filme, Dumbledore diz que sobraram seis horcruxes para destruir. Matemática simples diria que eles devem destruir, ou pelo menos localizar, três no sétimo filme. Quantas eles destroem? UMA. Quantas outras eles localizam? ZERO. Precisava mesmo de UMA HORA de lamentação na floresta? E olha que eu adoro lamentos! E temos só CINCO MINUTOS de Snape? Sério? Como eles ousam?
Mas há um ponto em tudo isso. E ponto é este:
Eu ainda amo Harry Potter. Profundamente e profundamente. Vou ler esses livros para meu filho quando ele estiver velho o suficiente para não se aterrorizar com os dementadores. E estarei na primeira fila para ver ‘As Relíquias da Morte – Parte 2′, que com certeza eu chorarei no final, assim como no livro.
Meu ponto é que eu ainda sou um fã. Um grande fã.
E assim, eu sinceramente e verdadeiramente peço desculpas a todos aqueles a quem eu tenho ignorado suas opiniões sobre o fim de Lost. Vocês não deixam de ser fãs por isso. Na verdade, isso torna vocês pessoas honestas. Respeito isso. E peço mesmo desculpas por ter sentido o oposto antes.
E eu estou realmente triste por nunca sentir o contrário”.
Deixe seu comentário